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O Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, se reuniu nesta quarta-feira (28) com o residente da Fifa, Gianni Infantino. No encontro, Ednaldo Rodrigues discutiu uma série de projetos de cooperação com a entidade que controla o futebol no mundo, e obteve o apoio para o desenvolvimento do futebol de base feminino e masculino e a realização da Copa dos Povos Indígenas da Amazônia, entre outras demandas.
O racismo no futebol também foi tema da reunião. O Presidente da CBF pediu uma punição rigorosa para os atos de racismo nos estádios. Na terça-feira (27), uma banana foi lançada em direção ao atacante Richarlison na comemoração do segundo gol do Brasil diante da Tunísia, no Parque dos Príncipes, em Paris (FRA).
Após a reunião desta quarta, Ednaldo foi informado que a Fifa instaurou um procedimento disciplinar para tratar sobre o episódio ocorrido na vitória da Seleção.
Presente no estádio com a delegação na terça, o Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, lamentou mais um episódio de racismo no futebol e voltou a destacar a importância de medidas mais rigorosas contra o preconceito. O Presidente da CBF quer que o time envolvido em atos racistas perca pontos na competição.
“Mais um vez, venho publicamente manifestar o meu repúdio. Desta vez, vi com os meus olhos. Isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas”, declarou.
Primeiro Presidente negro na história da CBF, Ednaldo Rodrigues tem sido voz ativa pela construção de um futebol antirracista. No último mês de agosto, a CBF recebeu a primeira edição do Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, evento pioneiro na batalha contra o preconceito no esporte. Na ocasião, em Paris, o dirigente brasileiro aproveitou para presentear Gianni Infantino com um livro sobre o evento.
Leia abaixo os posicionamentos do centroavante Richarlison, do Presidente Ednaldo Rodrigues, do Coordenador da Seleção Brasileira Juninho Paulista, do técnico Tite e do auxiliar técnico César Sampaio
Richarlison – centroavante da Seleção Brasileira
“Espero que reconheçam esse torcedor e punam ele. É difícil. Teve o caso Vinicius Junior recentemente e agora acontece isso dentro do estádio. Espero que tenha punição e que sirva de lição para outras pessoas não fazerem isso. A gente fica triste por esse momento. Espero que possam reconhece esse cara e que ele seja punido para servir de exemplo para que não aconteça. Na hora eu não vi, graças a Deus, porque estava de cabeça quente e não sei o que poderia acontecer. Espero que esse cara seja punido”
Ednaldo Rodrigues, Presidente da CBF
“Mais uma vez, venho publicamente manifestar o meu repúdio. Desta vez, vi com os meus olhos. Isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas”.
Juninho Paulista – Coordenador da Seleção Brasileira
“Fiz questão de vir para (entrevista coletiva) registrar. A CBF já soltou um comunicado repudiando esse ato. Estou aqui para reforçar isso. A CBF repudia veemente qualquer atitude de racismo. Isso é lamentável, acho que está na hora de parar. É hora de encontrar uma maneira de punir os infratores. Nós sabemos as dificuldades de se identificar, mas precisamos buscar essa identificação. Não é só dentro do estádio. Isso não é só no esporte. É também na vida. Está acontecendo bastante no estádio e as pessoas não estão sendo punidas. Precisamos encontrar uma maneira de identificar esses vândalos, esses racistas. Temos de bani-los do futebol”.
Tite, técnico da Seleção Brasileira
“Futebol não vale tudo. Estádio não é para se fazer o que quer. O processo de punição e identificação tem de ser também dentro de estádio, da torcida. Não tem ninguém de aceitar a exposição pública tomando xingamento ou qualquer situação. Que os órgãos responsáveis tomem uma medida, uma devida providência. Isso é educação. É de punição a quem faz as coisas erradas”.
César Sampaio, auxiliar técnico da Seleção Brasileira
“Mesmo sendo redundante, compartilho da mesma opinião (do Juninho e do Tite). Infelizmente, a gente chegou nesse ponto em que a gente precisa buscar a lei. E isso depois de tantas ações, depois de tentar fazer com que o ser humano faça uma reflexão. Eu concordo com o Juninho e o Tite para que os infratores sejam punidos. Passou do ponto. É desrespeito”